Eu Sou Imperfeita, e Daí? A Beleza de Ser Exatamente Como Somos

Vivemos em um mundo que glorifica a perfeição, mas até que ponto essa busca incessante nos desconecta de quem realmente somos? A aceitação das imperfeições, como propõe Brené Brown em A Coragem de Ser Imperfeito, não é apenas libertadora, mas essencial para uma vida plena e autêntica. Este artigo reflete sobre a beleza de ser exatamente como somos, mostrando que nossas vulnerabilidades e falhas não nos diminuem – ao contrário, são elas que nos tornam únicos, reais e profundamente humanos.

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Patrícia Liger

12/4/20242 min leer

Eu Sou Imperfeita, e Daí? A Beleza de Ser Exatamente Como Somos

Vivemos em um mundo que glorifica a perfeição. Para muitos, isso significa esconder as falhas, mascarar vulnerabilidades e se ajustar a padrões irreais. Eu mesma já senti o peso dessa expectativa inúmeras vezes. Como alguém que convive com as marcas físicas e emocionais de desafios vividos desde a infância, houve momentos em que me perguntei: será que preciso ser "perfeita" para ser suficiente?

Mas a vida – em sua generosidade e, às vezes, dureza – me ensinou que a resposta é não. Não, eu não preciso me encaixar em moldes para ser digna de amor, felicidade ou realização. Em vez disso, percebi que minha força reside justamente na aceitação de quem eu sou, com tudo o que sou. Foi um caminho de auto-reflexão, repleto de dúvidas e momentos difíceis, mas cada passo me trouxe mais próxima da verdade: há beleza em ser imperfeita, em ser eu mesma.

A Coragem de Assumir Quem Somos

A leitura de A Coragem de Ser Imperfeito, de Brené Brown, ressoou profundamente comigo. Brown nos desafia a abraçar nossas vulnerabilidades, a ver nelas uma fonte de força e conexão com o outro. Em suas palavras:

"A vulnerabilidade soa como verdade e parece coragem. Verdade e coragem nem sempre são confortáveis, mas nunca são fraqueza."

Lembro-me de quantas vezes quis esconder minhas cicatrizes – físicas e emocionais – para evitar julgamentos ou olhares de piedade. Mas, ao longo do tempo, percebi que eram essas mesmas cicatrizes que contavam a minha história. Não há como apagar o que me moldou, e hoje sei que não quero apagá-lo.

A Beleza do Natural

Quando olho para a natureza, vejo um reflexo poderoso dessa verdade. Uma árvore torta ou uma flor desabrochando em terreno árido não são menos belas por sua "imperfeição". Pelo contrário, são exemplos de resiliência e autenticidade. Da mesma forma, minhas limitações físicas, que antes via como falhas, agora as encaro como marcas de batalhas vencidas, de uma vida vivida com coragem. Como dizia o meu avó: "Deus me marcou para não perder de vista". E isso é verdade, porque tudoo que temos é o que nos faz ser singular. Único!

Assim como a natureza, nós não precisamos de retoques para sermos completos. Nossa beleza está no que somos, na história que cada detalhe de nós carrega.

Um Convite à Reflexão

Quantas vezes nos permitimos ser exatamente quem somos? Eu demorei para aceitar que não preciso me encaixar em um padrão para ser feliz. E você? O que está escondendo por medo de não ser "suficiente"?

A busca pela perfeição não nos aproxima de uma vida plena – ela nos afasta. Quando tentamos ser perfeitos, negamos nossa humanidade, nossa singularidade. Ao aceitar minhas imperfeições, percebi que minha força está justamente em ser única, em ser humana.

Conclusão

Dizer "Eu sou imperfeita, e daí?" é um ato de coragem. É olhar para si mesma com compaixão e dizer: Eu sou suficiente, exatamente como sou. Minhas falhas não me diminuem; elas me tornam real. Assim como aprendi a aceitar minhas imperfeições, convido você a fazer o mesmo.

Afinal, a verdadeira beleza da vida não está na perfeição, mas na autenticidade. Ser imperfeito é ser humano. E ser humano é, sempre, algo incrivelmente belo.